A automação está cada vez mais presente na Construção Civil, trazendo uma nova era de inovação e eficiência para o setor. A integração de tecnologias avançadas em diversas etapas da obra tem permitido que construtoras e incorporadoras realizem tarefas com maior precisão, rapidez e segurança. Desde o uso de drones para mapeamento e monitoramento de terrenos até a aplicação de robôs em tarefas repetitivas, de fato, a automação está mudando a maneira como se constrói.

Impressoras 3D são capazes de criar estruturas complexas em tempo recorde, enquanto softwares de gestão automatizados ajudam a coordenar equipes e recursos de forma mais assertiva. Essas tecnologias reduzem o tempo e o custo das obras, minimizam erros e aumentam a qualidade do produto final. Além disso, a automação também contribui para a sustentabilidade na construção, já que otimiza o uso de materiais e reduz o desperdício.

Neste artigo, vamos explorar como essas inovações estão sendo aplicadas nas diferentes fases de uma obra, transformando o dia a dia das construções, desde o planejamento até a execução e o monitoramento. Proporcionando, assim, uma vantagem competitiva significativa para empresas do setor. Vamos lá?

O que é e quais os benefícios da automação na Construção Civil

A automação na Construção Civil é a aplicação de tecnologias e sistemas que permitem a execução de tarefas de forma automática ou semiautomática, substituindo ou complementando o trabalho humano em diferentes etapas de uma obra. Essa automação pode ocorrer por meio de máquinas, robôs, drones, impressoras 3D, softwares de gestão e monitoramento, entre outros. O objetivo é otimizar os processos, aumentar a precisão, reduzir erros e melhorar a eficiência geral das operações de construção.

Tecnologias como essas já têm transformado o setor, permitindo que tarefas antes realizadas manualmente sejam agora executadas com maior rapidez e consistência. Por exemplo, robôs de alvenaria podem assentar tijolos rapidamente, enquanto drones realizam inspeções em áreas de difícil acesso, proporcionando uma visão detalhada do progresso da obra. Além disso, sistemas automatizados de gestão permitem um controle mais rigoroso dos prazos, custos e recursos, o que garante que as obras sejam concluídas dentro do planejado.

Segundo um estudo feito na África do Sul, a automação e a inteligência artificial (IA) na Construção Civil já demonstram benefícios significativos. O estudo destaca que a automação contribui para a qualidade aprimorada dos projetos, simplifica tarefas complexas de construção e melhora o fluxo de trabalho. Além disso, há um impacto positivo na segurança dos trabalhadores, pois atividades mais perigosas podem ser realizadas por máquinas, reduzindo o risco de acidentes.

Benefícios como estes mostram que a automação não é só uma tendência, mas uma necessidade para as construtoras que desejam ser mais competitivas. Ao incorporar essas tecnologias, é possível aumentar a produtividade, reduzir custos e entregar projetos de alta qualidade, assegurando um ambiente de trabalho ainda mais seguro e eficiente.

Exemplos de automação na Construção Civil em diferentes etapas da obra

Para entender como a automação pode ser aplicada na Construção Civil, vamos dividir o processo em etapas distintas: projeto, planejamento e orçamento, acompanhamento da execução e pós-obra. Em cada uma dessas fases, a automação oferece soluções específicas que otimizam o trabalho e melhoram os resultados.

Vamos ver a seguir em detalhes cada uma dessas etapas.

Projeto

Na fase de projeto, a automação se manifesta principalmente por meio do uso de tecnologias como a Modelagem da Informação da Construção (BIM). O BIM permite criar modelos digitais detalhados que integram todas as informações do projeto em uma única plataforma. Isso facilita a visualização do projeto em 3D, a detecção de conflitos antes do início da obra e a coordenação entre as diferentes disciplinas envolvidas.

No Brasil, o uso do BIM vem crescendo rapidamente, justamente por proporcionar maior precisão e eficiência na concepção dos projetos. Segundo uma pesquisa do FGV Ibre, a parcela de construtoras e incorporadoras no Brasil que usam Building Information Modeling (BIM) atingiu 20,6% em março de 2024. Para comparação, em março de 2018 esse número era de 9,2% em março de 2018.

Planejamento e orçamento

O planejamento e orçamento da obra são etapas fundamentais, onde a automação também tem um impacto significativo. Softwares de planejamento permitem a criação de cronogramas, a gestão de recursos e o monitoramento do progresso da obra. Além disso, ferramentas de orçamento automatizadas ajudam a calcular custos com maior precisão, considerando variáveis em tempo real, como as flutuações dos preços de materiais. 

Acompanhamento da execução

Na execução da obra, a automação continua a desempenhar um papel muito importante. Os robôs de alvenaria são um exemplo extremo, que já estão aos poucos sendo utilizados para a construção de paredes de forma rápida e precisa. Por outro lado, drones realizam inspeções de segurança e monitoramento do progresso em áreas de difícil acesso. Além disso, plataformas de gestão de obras permitem o acompanhamento em tempo real das atividades do canteiro, garantindo que o cronograma seja seguido à risca e que os recursos sejam utilizados da melhor forma possível.

Pós-obra: venda e análise

Na fase de pós-obra, a automação continua a agregar valor, especialmente no processo de venda e na análise de aprendizados para futuros projetos. CRMs específicos para o mercado imobiliário ajudam a gerenciar o relacionamento com clientes, automatizar processos de vendas e otimizar campanhas de marketing. Além disso, as plataformas de gestão que envolvem documentos digitais facilitam o acesso a todos os registros da obra, permitindo análises detalhadas que podem ser utilizadas para aprimorar os futuros empreendimentos.

Como você pode ver, a automação pode ser aplicada em todas as fases da construção, oferecendo soluções que vão além de aumentar a eficiência das obras: melhoram a qualidade e segurança das operações, desde a concepção até a entrega final.

Automação na Construção Civil: desafios e perspectivas futuras

A verdade é que a automação na Construção Civil está apenas no começo de sua evolução, com tendências futuras apontando para um uso cada vez maior da inteligência artificial (IA) e do aprendizado de máquina. Essas tecnologias têm o potencial de revolucionar o setor, permitindo a previsão de problemas antes que eles ocorram e a otimização contínua dos processos.

Enquanto a IA pode analisar grandes volumes de dados de obras anteriores para identificar padrões e prever atrasos ou problemas de qualidade, o aprendizado de máquina pode ser usado para otimizar o uso de recursos e melhorar a eficiência energética das construções, por exemplo, tornando-as mais sustentáveis.

No entanto, é claro que a adoção dessas tecnologias também traz determinados desafios. Um dos principais obstáculos é a qualificação da equipe. A implementação bem-sucedida de uma automação exige profissionais capacitados para operar e manter as novas tecnologias, o que requer investimentos em treinamento e educação. Além disso, a mudança para uma cultura de tecnologia e inovação pode enfrentar resistência, especialmente em empresas mais tradicionais.

Outro desafio significativo é a integração de sistemas. Com tantas ferramentas e plataformas diferentes disponíveis, é essencial garantir que os sistemas automatizados irão se comunicar de forma integrada, a fim de que nenhum dado ou informação seja perdido. Isso exige uma estratégia bem definida antes mesmo de adotar a automação, incluindo a escolha das tecnologias certas, que permitam essa atuação integrada, e o planejamento da implementação.

Apesar desses desafios, as perspectivas futuras da automação na Construção Civil são promissoras. Empresas que conseguem superar as barreiras iniciais e adotar essas inovações de maneira estratégica estarão melhor posicionadas para desfrutar dos benefícios que você viu neste artigo, como uma maior eficiência, redução de custos e melhor qualidade das obras. Garantindo, assim, uma melhor competitividade em um mercado cada vez mais exigente.

Fonte: Sienge